"Dois dias após o meu aniversário, despertei com um temor profundo que se aninhou na alma. Não é o medo da vida em sua essência divina, mas o pavor que a sociedade moderna me impõe. Estou apavorado com o que o futuro nos reserva. O terror das mudanças climáticas se aproxima como uma sombra inevitável. Incêndios florestais devastam como bestas indomáveis. Guerras se multiplicam, destruindo a paz. O mercado, instável e cruel, ameaça nossa sobrevivência. A direita, em todas as suas formas, avança como um pesadelo crescente. Bolsonaro e Pablo Marçal, espectros que pairam sobre a nação. Golpistas do PIX, cartões clonados, links maliciosos, o mundo digital se torna uma selva traiçoeira. Traficantes e milicianos reinam com violência implacável. E até o nome de Nicolás Maduro desperta em mim um frio gélido. Sinto medo do que pode fazer Artur Lira. Medo! Viver está se tornando um ato de coragem desesperada." (José Carlos Lima).
Completo esse medo, não por minha geração que já engatou a quinta macha e já estamos de meio-dia para o anoitecer. Preocupo-me com a juventude que não parece entender e não se envolve na política para melhorar o ambiente em que vivem e preparar um futuro melhor para seus filhos. O retrocesso em nome de uma falsa liberdade é acompanhado por quase metade da população, não apenas brasileira, mas mundial. A política que deveria ser exercida com plena democracia se tornou algo raivoso, que não deixa espaço para o respeito entre as pessoas que não são iguais. Ninguém é igual, ninguém pensa igual e isso não pode ser motivo para tanto ódio entre pessoas.
Eu também tenho medo.
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