quarta-feira, 8 de novembro de 2023

EM QUE MOMENTO DEIXAMOS CAIR O BASTÃO?

Há algum tempo venho chamando a atenção dos nativos e os que há muito tempo por aqui chegaram e aqui fincaram raíz, que em Roraima faltam novas lideranças políticas genuinamente roraimense.

Após a transformação através da CF/88 e a instalação do estado de Roraima em 1991, surgiram várias lideranças política mas nenhuma delas foi capaz de se estabelecer e dar continuidade a um legado de lideranças políticas como se fazem em outros estados.

Mesmo antes da CF/88, já havia uma forte participação de políticos que não sabiam sequer localizar Roraima no mapa do Brasil. Os políticos nomeados por Brasília para governar o território federal de Roraima chegavam por aqui para realizar uma missão, alguns exergaram o caminho político e por ele trilharam para obter mandatos eletivos com sucesso.

Entre os militares que governaram Roraima e se tornaram políticos, são notáveis o coronel aviador Hélio Campos que foi eleito senador da república, passando poucos meses no mandato quando faleceu, deixando em seu lugar o pedreiro João França, e o brigadeiro Ottomar de Souza Pinto que foi governador nomeado, após deixar o mandato tornou deputado federal, ele e a esposa Marluce Pinto. Em seguida Ottomar se tornou o primeiro governador eleito, Marluce elegeu-se senadora.

Dos roraimenses, Neudo Campos se tornou uma grande liderança elegendo-se governador com direito a releição derrotando os grupos de Ottomar e Romero Jucá que juntaram força contra Neudo mais foram derrotados em 1998. Nesse momento político era a hora de dá o próximo passo mas fomos derrotados pelas vaidades.

Eu começei em 1989 a participar dos processos eleitorais para presidente da república na primeira eleição direta. Em 1990 foram realizadas as eleições para governadores dos estados. Roraima foi inundado por políticos vindos de outros estados. Haviam candidatos vindos do Alagoas, parentes do então presidente da república Fernando Color de Melo, políticos do Rio Grande do Sul que chegaram fora do período que prevê a CF/88 - princípio da anterioridade - e se elegeu. Haviam candidatos do Pernanbuco, Amazonas que também se elegeram.

A partir dessa primeira eleção os políticos roraimenses começaram a chamar os políticos que chegam aqui para disputar eleições de "paraquedistas". Até um candidato chinês naturalizado brasileiro, Chhai Kwo Chheng, quase se elegeu senador da república pelo PPS de Cascavel e turma.

A minha geração cresceu vendo os políticos roraimenses chamando o Jucá, Ottomar, Marluce, Teresa e tantos outros de paquedistas.

Havia um detalhe que só percebemos um bom tempo depois. Os políticos roraimenses que se elegiam chamando os que aqui chegavam de paraquedistas, após eleitos ele faziam as composições onde todos se davam bem.

O tempo passou e o Neudo com sua liderança, poderia passar o bastão para uma nova liderança roraimense, mas não passou. Escolheram o Airton Cascavel para ser o vice, depois o Flamarion Portela.

O fato é que todas as lideranças roraimenses, com o tempo foram caindo, uma a uma, muitos terminando presos e respondendo a processos. Cairam todos, muitos por igenuidade política, falta de capacidade, coragem, enfim, o fato é que todos cairam.

Ficamos todos tão enfraquecidos que hoje não temos um unico nome capaz de nos liderar, muito por culpa nossa, por não nos unirmos como já fizemos no passado.

Qual órgãos ou estrutura nós comandamos hoje? Nenhuma.

Atualmente estamos tão fracos que não comandamos nem as siglas partidárias, fator preponderante para pelo menos colocar o nome nas disputas.


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