CABOS TELEFÔNICOS QUE ENFEIAM NOSSAS CIDADES

Foto: Rudson Leite

Andando pelas ruas de Boa Vista lembrei-me dos meus tempos na extinta TELAIMA – Telecomunicações de Roraima S/A, empresa pertencente ao sistema TELEBRÁS do governo federal.

Minhas lembranças vieram à tona pela falta de organização da rede telefônica de terminais fixos. Lembrei-me que entre as empresas que compunham o sistema existia uma competição para oferecer os melhores serviços. Lembro-me também que a TELAIMA figurou durante um bom tempo entre as empresas com os piores indicadores de prestação de serviços. Isso durou só até quando foi implantado o CGO – Cadastro Geral de Operações. Trabalhei nesse projeto desde o início realizando levantamentos em campo para inserir no sistema informatizado. A partir desse ponto tudo começou a mudar.

Nós dividimos a cidade em micro áreas e para cada uma delas designamos um IRLA – Instalador e Reparador de Linhas e Aparelhos. Cada técnico era responsável por uma área com uma quantidade de linhas telefônicas. Antes, o trabalho era realizado de forma desordenada e a produtividade com qualidade não aparecia. Com a implantação da novo metodologia de trabalho, o resultado foi deixar de ser uma das últimas colocadas para ocupar o segundo lugar, perdendo apenas para a TELEPAR - Telecomunicações Paraná. Em segundo nos mantivemos até a privatização do sistema TELEBRÁS.

Entre as responsabilidades de cada IRLA, estava o atendimento domiciliar dos pedidos de instalação e reparos em linhas telefônicas bem como manutenão preventiva em e suas áreas organizadas a fim de evitar defeitos e acidentes envolvendo cabos telefônicos.

Foto: Rudson Leite

Ao caminhar pelas ruas atualmente, é fácil perceber que o sistema de telefonia fixa encontra-se abandonado. Cabos telefônicos CTP – APL encontram-se dependurados em postes ou soltos pelo chão levando perigo a quem passa nas ruas.

Os postes onde estão instalados os cabos e os fios FE’S, pertencem à concessionária de energia que cobram pelo aluguel de utilização por unidade ocupada.

Existem regras, ou existiam, para ocupação desses postes. Há uma capacidade de carga para cada situação e o que parece não existe mais esse tipo de controle. Existem cabos em excesso em ruas por onde trafegam caminhões baús e outros com cargas altas que podem colidir nessas redes podendo causar acidentes graves.

Sabem o que é pior? NÃO HÁ FISCALIZAÇÃO NENHUMA. Cadê a ANEEL? Cadê a ANATEL? Cadê o CREA? Cadê a Prefeitura Municipal de Boa Vista e de outros municípios?